Mel

O dia não está dos melhores. Dá ate vontade de comer mel. Que coisa. Não, não to feliz. To insegura, muito mais do que o normal. To quebrada, falida, desanimada, um nada. Hoje o céu não ta pra nuvens, meu corpo não ta pra paciência, minha alma não ta pra crises. Não estou em mim, não quero nem voltar pra mim. Quero olhar bem no fundo dos seus olhos e dizer: “não, eu não existo mais pra você”. Queria ficar livre; me solte. Há quanto tempo sonho com a mesma coisa, “Eu te peço: vem! Diga que você me quer, porque eu te quero também”, salve Nando Reis. Que vontade de me enfiar debaixo do edredom e esperar a tormenta passar. Isso é ingrato, isso é mau. Não quero ficar passando por isso. O tempo anda me mostrando que preciso sofrer pra dar valor, que preciso sentir o gosto amargo de bile dentro da minha boca enquanto minha alma esta de ressaca. Ah, desgosto! Ta tudo bem, os ventos mudarão de sentido e vão me trazer a primavera. Ou verão. “Deixa eu dizer o que penso dessa vida, preciso demais desabafar”. Agora pára de frescura, me dá um pouco de mel, vai.